Alguns estados brasileiros vêm implementando um sistema de monitoramento e avaliação que, como no caso chileno, alimente as decisões orçamentárias. O Estado que tem marior abrangencia nestas ações é Minas Gerais. Neste caso, os instrumentos são abrangentes e incluem todos os órgãos, setores e servidores. Sistemas similares, mas não tão amplos e profundos, foram implantados em outros estados e na União.

A Agenda Comum de Gestão Pública União-Estados (2012), elaborado pelo Ministério do Planejamento, em coordenação com as autoridades estaduais, deve trabalhar em certas direções. Para atingir essas metas, a experiência chilena nas seguintes áreas pode ser muito útil:

• A agenda visa o desenvolvimento institucional mediante o seguimento das agências públicas por meio de indicadores e criando metodologías de avaliação do desempenho individual e organizacional

• A agenda visa o desenvolvimento de métodos de avaliação do desempenho orçamentário

• No eixo tecnologia da informação, a agenda propõe chegar a interoperabilidade da informação, que permitirá o rastreio simultâneo de variáveis que contribuem para a produção do resultado desejado

No entanto, ainda são incipientes as preocupações sobre as atividades de ex-ante e ex-post. Estas poderiam ser muito úteis para orientar o debate sobre o orçamento e sua execução. No Brasil  temos algumas inciativas realizadas pelo Governo Federal em relação às políticas federais em áreas como saúde e educação, entre outras, mas ainda não sistemáticas e abrangentes. Em Minas Gerais conhecemos também excelentes referencias destas práticas.

Em geral, o monitoramento e avaliação de programas e organizações de nível estadual no Brasil tem longo caminho a percorrer em relação à experiência chilena. Por esta razão, esta experiência pode servir de inspiração para o seu desenvolvimento. A análise do caso chileno pode tornar possível prever os obstáculos e resistências que possam surgir no processo de transição entre o sistema atual e a implantação de um outro com base na gestão do orçamento por resultados. Ao mesmo tempo, os indicadores construídos no modelo chileno podem vir a ser replicados, com as respectivas adaptações, no cenário brasileiro. Do ponto de vista cultural, o estudo do exemplo chileno pode ser mais adequado para orientar os Estados brasileiros , comparado com os paradigmas anglosaxônicos (especialmente pela semelhança dos problemas administrativos e políticos no momento em que os orçamentos por resultados começam a ser aplicados).