A existência de uma agenda explícita de monitoramento de gastos e resultados no governo canadense começou na década de 1970. Durante os anos 1990, com os cortes no orçamento como consequência do déficit, não se conseguiu conectar gastos com resultados. Como relatado na visita a este órgão, ao longo da década 2000-2010, a gestão por resultados tornou-se prioridade do governo. Por este motivo, foram feitos investimentos sistemáticosi na melhoria da gestão e dos controles. Atualmente, o trabalho do TBS, em termos de gasto, centra-se na busca da excelência na gestão e na conquista da credibilidade fiscal entre os contribuintes. Para este fim, a agência avalia o desempenho da gestão em todas as agências governamentais.
O sistema de monitoramento de gastos é uma função compartilhada pelo Privy Council Office, o Department of Finance e o TBS. O Ministério de Finanças é responsável por controlar a disciplina fiscal agregada (ou seja, ele age no controle do crescimento ou declínio do gasto total). O TBS exerce a atividade de controladoria sobre o valor efetivo do gasto para áreas prioritárias, de melhor desempenho e mais relevantes. O TBS verifica também a implementação eficaz e efetiva dos programas governamentais.
Cada agência passa, de tempos em tempos, por uma revisão estratégica para verificar o alinhamento dos gastos e decidir se as realocações são recomendáveis. Todas as informações coletadas são enviadas ao Parlamento. O público pode acessar parte importante dos dados coletados. O êxito do sistema depende do compromisso dos ministros, dos altos diretores e de suas equipes políticas. A política de avaliação desenvolvida por este órgão centra-se no conceito de "value for money". Este conceito é decomposto nos seguintes itens que são utilizados como indicadores:
a) Aspectos outorgantes de relevância
-Necessidade demonstrada e capacidade de resposta
-Alinhamento com as prioridades do governo
-Alinhamento com as funções e as responsabilidades do Governo Federal
b) Aspectos relacionados com o desempenho
-Eficácia
-Demonstração da eficiência e a economia dos custos
Da mesma maneira, o TBS executa também o trabalho de Controladoria Geral. Por isso, tem como atribuições o fortalecimento da gestão financeira, o fortalecimento dos controles internos, o planejamento de investimentos, a gestão de projetos, compras e patrimônio e, por sua vez, a gestão de materiais. Cada secretário executivo (ou secretário-adjunto) deve responder ao TBS sobre a contabilidade das organizações que dirige. Eles são apoiados por um diretor financeiro e auditor chefe.
O Sistema de Acompanhamento da Gestão (MAF) é outra ferramenta interessante nas mãos do TBS. Este tem como objetivo guiar as organizações para administrar os seus recursos de maneira competente, com um foco claro nos resultados e no gasto efetivo. O TBS avalia as maiores organizações anualmente e as outras, uma vez a cada três anos. Este sistema foi projetado e implementado a partir de 2003 e já produziu melhorias consideráveis. O instrumento prevê a avaliação das agências nos seguintes campos:
-Valores e ética
-Gestão orientada para resultados
-Serviços orientados ao cidadão
-Controle interno
-Avaliação
-Gestão financeira
-Gestão de risco
-Gestão da segurança
-Gestão de pessoas
-Aquisições
-Gestão de informação
-Gestão de TI
-Gestão de patrimônio
-Planejamento dos investimentos e gestão de projetos
No campo específico da gestão de pessoas, os indicadores avaliados pelo TBS em cada agência são os seguintes:
• Compromisso dos servidores
• Liderança da alta direção
• Igualdade e diversidade
• Gestão do desempenho e o talento
• Planejamento efetivo de carga de trabalho e de força de trabalho
• Recrutamento e seleção
• Idiomas oficiais
• Contexto organizacional