Das lições aprendidas durante esta visita, algumas questões merecem ser especialmente destacadas para o caso brasileiro. Em primeiro lugar, é relevante estudar, como no Canadá, o processo de compras públicas favorece a eficientização e a inovação da gestão econômica das agências governamentais. Isso acontece como consequência da alta centralização operacional nos processos de compras. Esta estratégia permite tanto uma elevada redução de tempo administrativo quanto uma economia fundamental de recursos econômicos. Uma consciente gestão de compras, como se observa no caso do governo canadense, contribui para que as agências liberem tempo e recursos (econômicos e humanos) para cumprir adequadamente seus objetivos organizacionais.
Em segundo lugar, deve-se tomar como exemplo a orientação para a integridade que caracteriza o processo canadense de compras públicas. A criação e difusão (e posterior frequente revisão) de códigos de conduta para funcionários estaduais e locais são elementos a serem considerados. Tal mandato provoca um crivo ético entre potenciais contratantes procedentes do setor privado. Tudo isso, ao mesmo tempo em que impregna novos critérios de responsabilidade no empresariado, contribui para a criação de ambientes mais saudáveis para as compras públicas.
Finalmente, em termos de transparência, os estados e as prefeituras devem avançar na difusão dos dados relativos às compras públicas. A criação de web sites amigáveis, acessíveis e facilitadores do diálogo entre cidadãos e governos pode tomar como referência aquele desenvolvido por esta agência do governo federal canadense.